As Flores dos Flores

A irmã Mariquinha (1.06 – MARIA) morava em Itamarati, um distrito do interior de Minas Gerais, onde exercia suas funções de professora do Estado.

Além de dar aula na unidade escolar do distrito, cuidava dos afazeres domésticos e do estabelecimento comercial anexo à sua residência, ao lado do marido Juscelino, o segundo, pessoa estimada por todos nós, seus cunhados e cunhadas.

As festas juninas eram o ponto alto de Itamarati, e Mariquinha fazia da sua casa a sede dos festejos. Biscoitos de todos os tipos, comida, licores, fogueira, músicas juninas, foguetes, bombas e traques explodindo, e, juntamente, a fogueira iluminando os arredores.

Todos os filhos, noras, netos e alguns irmãos marcavam suas presenças nas comemorações do São João e do aniversário de Juscelino, Gentil e outro que não me lembro — todos no dia 24 de junho.

Morando nas proximidades de Itamarati, eu não deixava de participar dessa festa, como se fosse a glória das glórias, que permanece na memória com todos os detalhes festivos, e a saudade como pano de fundo.

Certa vez, ouvi Mariquinha dizer que cada um dos seus irmãos era representado por uma flor, relacionando os nomes das flores para cada um dos Flores, atribuindo para ela a Margarida. Não tenho lembrança das flores designadas para os outros.

Com base nessas saudosas lembranças daquele tempo, renovo o “florear” dos irmãos Flores nos moldes da imaginação da mana Mariquinha, e a ela é dedicado o título “Flores dos Flores” na capa deste livro.

Quanto aos nomes das flores atribuídos a cada um dos 25 filhos do Coronel João Jerônimo, fica valendo o imaginado para os que já se foram, e a livre escolha para os que ainda estão.

Para mim, nem sei como escolher uma flor. Qualquer flor, da caatinga ou dos jardins palacianos, é uma fração da beleza primordial que Deus disseminou pela Terra.

Mas, quem não escolhe, se encolhe; nomeio a flor do Jacarandá para o meu “Flores floriar”.
Piermont – NY – Março – 2018