RESUMO HISTÓRICO
JOÃO JERÔNIMO, nascido na localidade de “Cachoeira do Gavião”, no sertão da Bahia, descendente das famílias Santos e Silveira, registrado com o nome de JOÃO JERÔNIMO SILVEIRA DOS SANTOS FILHO.
Foi uma pessoa que quis ser diferente e viveu marcando diferenças. Estudou até se formar como professor na Escola Normal de Caetité, o que já era raridade na época. Não querendo ser apenas um membro da família Silveira, constituiu a sua própria dinastia. Através de um processo na Comarca de Vitória da Conquista, substituiu os sobrenomes Silveira e Filho por Flores e, com este, carimbou toda a sua geração, marcando, portanto, a sua principal diferença.
Mas, por que FLORES?
Possuidor de uma boa cultura e conhecedor da história de grandes e tradicionais famílias no Brasil e na Europa, tornou-se admirador da Família Flores, originada na Espanha no ano de 1097, uma transformação do Froilaz da Família Real Espanhola.
Quis também homenagear um amigo do sertão baiano que tinha Flores no sobrenome, mas sem saber a origem. Constatando que, na Bahia, não havia família numerosa com este sobrenome, ficou estabelecida a condição ideal para o nosso Patriarca realizar o que foi o destaque maior da sua vida: a Família Flores de Vitória da Conquista – Bahia.
Além de professor, tornou-se comerciante, fazendeiro e prático de farmácia. Recebeu do Governo Federal a patente de Coronel, uma comenda dada, na época, aos mais importantes homens do interior do Brasil. Foi eleito membro do Conselho Municipal de Vitória da Conquista no período da administração do seu amigo e compadre José Fernandes de Oliveira Gugé, historicamente conhecido como “Coronel Gugé”.
Teve 25 filhos de três casamentos e um quando solteiro, fruto de um relacionamento esporádico. Viveu a maior parte da sua vida no distrito de Porto de Santa Cruz, na margem do Rio Pardo. A casa comercial e as fazendas ficavam no outro lado do rio, já no município de Encruzilhada. Possuía também outras fazendas no município de Macarani – Bahia.
Já em idade avançada e tendo se separado da terceira esposa, desfez-se do comércio em Porto de Santa Cruz e foi morar em sua casa em Vitória da Conquista com os filhos menores: Odete, Ivanira e Ivo Assis.
Católico fervoroso, tinha o hábito de fazer suas orações pela manhã, ao levantar, e à noite, ao deitar. Frequentava as missas de domingo, sempre às 9 horas. Em um domingo, os filhos, não o vendo levantar no horário de costume, ficaram apreensivos e, ao abrir a porta do seu quarto para chamá-lo, encontraram o Coronel deitado, em posição que sugeria ter se preparado para o infarto fulminante, tendo antes feito suas orações, pois estava com o rosário nas mãos.
Era maio de 1943 quando o nosso Patriarca se foi, marcando a sua última e grande diferença.